segunda-feira, 27 de maio de 2013

Costa Rica (MS) - Set/12



Miranda - Campo Grande - Costa Rica - (1/10)



Depois de minha viagem pelo Trem do Pantanal e dois dias descansando em Miranda (MS) (clique aqui para saber mais), decidi tocar em frente e voltar para Campo Grande. Na verdade, meu próximo destino seria a cidade de Costa Rica (MS), na porção leste do Estado do Mato Grosso do Sul. Depois de algumas pesquisas, descobri que lá haveria muitas trilhas e cachoeiras para explorar, espalhadas em várias unidades de conservação.



De pé desde às 6h da manhã, me arrumei e segui para a rodoviária de Miranda, rumo à Campo Grande. Minha ideia era chegar à capital e alugar um carro, seguindo imediatamente para a cidade de Costa Rica e começar a explorar a região.


Cheguei em Campo Grande por volta das 11h, com o dia bastante quente. Como já tinha pego algumas informações sobre locadoras de veículos, liguei para algumas e acertei com a Locadora Yes (Avenida Afonso Pena, 829. Tel.: 67) 3324-0055), o aluguel de um Corsa por 4 dias. Seguindo algumas informações, segui o caminho em direção à Costa Rica. Antes, porém, passei em um supermercado e fiz compras de algumas provisões, nunca se sabe quando vai precisar de água, frutas e alimentos. Eram 13h quando peguei estrada.

Na BR-163, um pouco depois de sair de Campo Grande, a  primeira indicação da cidade de Costa Rica.



Portal da cidade de Camapuã, na BR-060



O caminho até Costa Rica é basicamente composto por duas estradas: a BR-163 e depois, na cidade de Capim Verde (MS), pega-se a BR-060. O tráfego na primeira é intenso, muitos caminhões escoando produção, carros (SVU na maioria dos casos) passando sempre além do limite de velocidade, e muitos animais silvestres à beira da estrada. Muitos deles mortos, atropelados. Já na segunda rodovia, o tráfego diminui, mas em toda extensão ela é mão dupla, o que a torna um pouco tensa. Mas está bem conservada, para minha surpresa.



O calor me obrigava a ficar com o ar condicionado ligado sempre. Na BR-060 cruzei com uma ema que ciscava tranquilamente à beira da estrada. O bicho é lindo, imponente. E muito seguro, uma vez que eu parei o carro para fotografá-lo, e ele nem aí!

Primeira ema que eu avistei, à beira da BR-060. E ela nem me deu bola...

Por ser uma região muito plana, com pastos a perder de vista salpicados por bolsões de cerrado, de longe eu conseguia ver as cortinas de chuva que caiam lá no horizonte. E eu sabia que estava indo em direção a elas. O tempo passou, e no fim da tarde o céu de primavera escureceu rapidamente. Logo depois de passar pela cidade de Chapadão do Céu (MS) a coisa realmente ficou tensa,com a chuva forte, o começo da noite e os caminhões passando muito rápido no sentido contrário, levantando um spray de água sobre o carro. Do jeito que começou, a chuva passou, de repente. E um lindo céu estrelado se abriu. E alguns insetos batendo no pára-brisas do carro.


Cheguei em Costa Rica às 18h47, mas parecia bem mais tarde. O que me chamou de verdade foi o tamanho da cidade, bastante grande e com movimento acima do esperado. A cidade me agradou. Me hospedei no Hotel Beira Rio (Rua José Narciso Totó, 703. Tel.: (67) 3247 1091), um confortável hotel por R$50, preço muito bom pelo quarto agradável.


A imensidão dos campos de soja, tão extensos que chega a dar um medo, uma solidão.

Cruzando o Rio Verde, na BR-060.

Depois de um banho e jantar, fui buscar algumas informações na internet sobre alguns locais que começo a visitar amanhã. Agora é descansar e se preparar para amanhã.
Dando uma descansada, com o Rio Verde atrás.

Parada providencial na cidade de Paraíso (MS)

Entrada do Parque Natural Municipal Salto do Sucuriú


Costa Rica - 2° dia (2/10)



Mais uma vez acordei cedo e com muita disposição. Já tinha um plano traçado e os lugares que eu queria conhecer nesse primeiro dia. Tomei o café da manhã e assim que deu 8h30, parti para conhecer o Parque Natural Municipal Salto do Sucuriú, um parque municipal que me pareceu interessante pela internet. Fica a 3 km da cidade, fruto de uma compensação ambiental por causa da hidrelétrica que foi instalada aqui.



O local superou minhas expectativas, em todos os aspectos: muito limpo, conta com uma estrutura espetacular. Tem restaurante, banheiros bons, uma piscina natural que é bastecida com a água do Rio Ribeirão. Dentro do parque existem vários atrativos naturais, entre eles o Saltinho (queda com 36 metros) e o Salto do Sucuriú, uma portentosa cachoeira de 64 metros de queda, linda. É a queda do Rio Sucuriú, o mesmo que corta a cidade. Existe uma trilha no parque, chamada Trilha da Cutia, com 350 metros de extensão.

Portaria do parque

Não me cobraram nada para entrar. Portaria estava vazia!

Já dentro do Parque Natural Salto do Sucuriú.

Andei muito pelo parque, e fiquei um tempo admirando o Salto do Sucuriú. Depois subi de volta à sede e dei uma descansada, aproveitando a piscina natural e o sol de rachar que fazia àquela hora. Uma cervejinha, dois caldos de piranha deliciosos, um papo com o pessoal que trabalha lá, e logo consegui infos importantes sobre o Parque Nacional das Emas, um dos meus objetivos principais nessa trip, além de outras cachoeiras da região.
Uma estrutura muito boa, bem cuidada e aprazível. E na faixa, cidadão!

Piscina natural, cheia com água do próprio Rio Ribeirão

Seguindo por uma trilha, encontramos uma cachoeira chamada Saltinho.

O Saltinho, visto de frente.

Eu e o Saltinho!

A escada chega bem próximo da queda.

Aí está a grande atração do parque, o Salto do Sucuriú. O nível, na época da minha visita, não estava muito grande, mas mesmo assim, é impressionante!

Mesmo de longe, é impressionante!

Bem embaixo do Salto do Sucuriú

Caldinho de piranha e uma cervejinha para combater o calor, depois


Saí do parque por volta do meio-dia, caçando uma cachu que eu tinha visto na internet, a Cachoeira da Formiga. Ninguem conhecia, mas fucei muito e consegui encontrar o tal Rio Formiga, mas nada de cachu. O legal foi o avistamento de diversos animais nesse caminho, como tatus-peba, caricacas e siriemas. 


Voltei para a cidade e abasteci o carro. Eram 14h22 e decidi ir atrás de outra cachoeira, chamada Rapadura, distante 33 km da cidade. Estrada de terra, depois uma pavimentada, e mais uma de terra. Nesse caminho, muitos animais avistados: carcarás, a sempre presente ema, e um encontro surpreendente com uma irara. Os gigantescos campos de cultivos me dão uma impressão de pequenez, você se sente ínfimo perante aquela paisagem. Em determinado momento o caminho se emparelha com a estrada de ferro Ferronorte. O carro só chega até um viradouro, como eles chamam aqui. Dali, segui a pé, margeando o rio que forma a cachoeira. Esse rio tem uma mata ciliar muito bonita, volumosa.
Saindo de Costa Rica para a Cachoeira da Rapadura: pegando um atalho muito bom que me ensinaram, economiza 15 km!

Placa indicando alguns atrativos, entre eles a Cachu da Rapadura
Quase chegando...



O som da Cachoeira da Rapadura vai aumentando de volume, dá pra perceber que a cachoeira está perto. Quinze minutos depois de começar a caminhar, a vejo pela primeira vez. Realmente é uma cachoeira que impressiona pela beleza cênica, e o volume da queda. E dizem que a quantidade de água nessa época é baixa ainda. A queda forma um poço de aparência profunda, um lugar de tirar o chapéu pela a beleza!


Fiquei ali contemplando, tirando fotos, mas uma imensa corina de chuva no horizonte me preocupou. Voltei para o carro e comecei o caminho para a cidade. Era fim de tarde, e os pássaros estão em atividade máxima! Araras, siriemas, pombas-espelho, curicacas, maritacas, papagaios, andorinhões...a quantidade de pássaros é assombrosa.
Cachoeira da Rapadura, vista de lado. Muito bonita!

Outra vista da Cachoeira da Rapadura,  um pouco mais distante: uma sucessão de quedas muito bonitas.

No alto de uma palmeira, uma arara.

Capela do Santo Feijão, perdida no meio do nada!

Seguindo para Costa Rica, passei por uma capela no meio do nada, chamada Capela do Santo Feijão. Conversei com um morador da área, o Sr. Alcides, que me contou um pouco sobre a capela, e um pouco sobre a história da própria cidade. Muito carismático, ficamos conversando durante muito tempo. Ele acabou me ensinando um caminho mais curto para a cidade.



Chegando ao hotel, no fim do dia, liguei para a sede do Parque Nacional das Emas, e peguei todas as infos para poder visitar o parque. Amanhã sigo para lá, com a esperança de ver o fenômeno da bioluminescência dos cupinzeiros. E aproveitar que a Lua continua cheia e bela!
Ponte sobre o mesmo rio que forma a Cachoeira da Rapadura
Fim do dia. Voltando para Costa Rica, descansar para mais aventuras no dia seguinte


Dicas: Primeiro, faça uma pesquisa em Campo Grande a respeito das locadoras. Os preços variam bastante, e não espere um atendimento primoroso. Ar condicionado é item de primeira necessidade por aqui. Já em Costa Rica, faça um planejamento cuidadoso, lá existem diversos atrativos, em um raio de até 60 km de Costa Rica. Fiquei o tempo necessário para conhecer algumas cachoeiras, mas o ideal é ficar pelo menos 5 dias, pois há muita coisa nos arredores!