terça-feira, 21 de abril de 2009

Resenha de Filme: Gomorra

Eu li livro de Roberto Saviano há algum tempo, e realmente fiquei tomado pelo assunto Camorra. Tão longe e tão perto...Então eu nutria uma certa espectativa quanto ao filme. Ontem resolvi vê-lo, na mostra Melhores Filmes de 2009, do CineSesc.
Foi decepcionante. O filme deixa muitas pontas soltas, as histórias não se conectam. Quem curte Robert Altman, e seus filmes geniais, tipo "Shortcuts", sente que falta amarrar uma ponta solta. Talvez eu tenha ido com muita expectativa, pelo livro ter me impressionado, mas realmente não gostei do filme.

Cartaz do Filme Gomorra: o livro é melhor!

Dia do Indio, 19/4.

Passou meio desperecebido pra mim, afinal estava viajando aproveitando uma rara folga mais prolongada, mas dia 19 último foi comemorado o Dia do Índio.
Nos anos de 2003 a 2005, trabalhei como voluntário inicialmente, e depois como contratado, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Uma Secretaria corrompida pela politicagem e falta de verba, mas isso é assunto para outros tópicos...o que vem ao caso é que eu trabalhei em algumas Unidades de Conservação, parques estaduais na região metropolitana, entre eles Juquery, Guarapiranga e Jaraguá.
No Jaraguá passei o maior tempo, e lá me envolvi um pouco com a comunidade Guarani que vive aos pés do Pico do Jaraguá. Em situação lamentável há muitos anos, foi justamente naquele tempo em que eu passei ali no Jaraguá que a comunidade teve bastante ajuda da Prefeitura, tendo inclusive ganhado uma escola dentro de suas terras, especializada em cultura indígena. Mas a situação das etnias indígenas nas grandes cidades é calamitosa. São praticamente favelizados, vivendo de doações, esmolas, e as vezes delitos. Numa outra situação, conheci uma parte da etnia Pankaruru vivendo na favela da Av. Peri Ronchetti, na zona norte de Sampa. Triste realidade, que se estende a outras capitais onde tenha comunidades indígenas.
Gente de cidade grande, e os brasileiros em geral, realmente desconhecem, não lhes diz nada, a cultura indígena. Mesmo que ela tenha sido umas das matrizes da nossa cultura, junto com a negra e a européia.


Garoto guarani, uma das etnias que vivem na cidade de São Paulo: em geral, favelizados e aculturados, os guaranis em geral carregam uma reputação de "preguiçosos" por não gostarem de plantar.

Pico do Jaraguá: lugar sagrado para indígenas, hoje é uma unidade de conservação, chamado Parque Estadual do Jaraguá.

Tiradentes, o primeiro laranja do Brasil!!

Eu tinha uma professora no primeiro colegial que dizia que o Tiradentes foi o primeiro laranja da história brasileira!

Na época não entendi direito a colocação dela. Era uma professora engraçada, baixinha, com um jeito meio uspiano de ser (qualquer dia escrevo sobre isso aqui...), mas aquilo me intrigou: porque laranja, ora pois?!

Segundo a história oficial, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o mártir da Inconfidencia Mineira, movimento de independência do Brasil. Taí a primeira mentira: o movimento inconfidente viasava apenas a independência da provincia de Minas Gerais, e em nenhum momento visava a libertação dos escravos por exemplo. Até porque boa parte dos componentes do grupo de Inconfidentes pertencia ás altas classes oligárquicas. A elite, num português claro.
Foi nesse contexto que tudo se desenrolou. Traídos em dado momento, e esvaziados pela desobrigação de pagar a derrama (a quinta parte do ouro arrecadado era para o Rei), que era a principal reivindicação dos descontentes, o movimentos foi arrasado rapidamente. Impiedosamente.

O pobre Tiradentes (no sentido literal da palavra) acabou assumindo a culpa integral pela tal Inconfidência Mineira. De todos os envolvidos, foi o único que não teve a pena capital (morte!!) comutada para degredo (teje expulso!!) pela rainha D. Maria I: foi condenado a morte por enforcamento, e teve o corpo esquartejado em praça pública. Com o seu sangue se escreveu a carta que lavrou a certidão de cumprimento da sentença. Algumas partes do seu corpo foram levadas para outras cidades, onde ele estivera fazendo seus discursos republicanos.

Pois é, minha querida professora do colegial, cujo nome não me recordo agora, vc tinha toda a razão: Tiradentes foi, sem dúvida, se não o primeiro, o mais simbólico laranja do Brasil. Morreu pagando o pato que os outros deveriam também pagar.

Será que a gente deveria comemorar isso mesmo?

Tela de Pedro Américo, retratando o esquartejamento do Tiradentes: versão oficial levantada pelos republicanos, que viam em Tiradentes um "martir" capaz de unir o Brasil.

Se quiser saber mais, leia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes

Peneirando cultura

Cara, eu acho incrível a produção cultural no Brasil. Tem uma porrada de gente fazendo coisas incríveis, em todas as partes desse Brasil, e que não tem espaço garantido na grande mídia. Recebi esse vídeo de uma conhecida, a Kiusan, dançarina das boas, e repasso aqui para repercutir cada vez mais esse projeto da Amélia Cardoso, que visa resgatar sons e cantos das décadas de 20 e 30 do séc. XX.

Se quiserem saber mais, ao longo do vídeo rolam uns links no MySpace da banda, e curtam esse videozinho do programa de web tv Mundaréu, que parece ser meio garimpeiro em pedras brutas culturais, aqui na cena paulistana.

Amélia Cardoso e banda. Kiusan é a dançarina negra mais á direita.
Se quiser saber mais da Amélia, acesse esse link:




E a web tv, onde passa o programa Mundaréu, é aqui:




Abraço,


Marcelo