quinta-feira, 9 de outubro de 2008


Prado – 2º dia (9/9)
Não dormi muito bem, talvez por causa do colchão, não sei.8h30 estávamos de pé, na mesa do café: sucos, pães, frutas e a companhia do seu Tito, dono da pousada. É um misto de filósofo com reclamação, solta umas pérolas, e logo em seguida uma reclamação. É engraçado.Seguimos para Alcobaça, e rolou uma decepção grande, a cidade não agradou. Tem um farol lá de mais ou menos 80 anos, bem legal; de resto, mais do mesmo, e gente pedindo dinheiro. Chato. Seguimos para Caravelas.Na entrada de Caravelas, uma escultura que faz alusão às caravelas portuguesas que ali chegaram um dia. De cara eu gostei de lá. Fomos até o centro histórico, muito bonito, com a matriz e o casario, e ao fundo, o rio Caravelas, bonito, largo, e do outro lado, o mangue intacto. Puta cenário!Na cidade mesmo não tem praia, então seguimos em frente, buscando o mar: nos dirigimos para a praia de Iemanjá. Só que para chegar lá, 11 km de estradinha de terra, uma das mais isoladas que eu já percorri, além de irregular e com bolsões de areia, um risco de ficar atolado. Depois de andar bastante (e devagar), chegamos em Iemanjá: bonita, enorme, um mar gigante, e nenhuma alma viva!!Ficamos ali vinte minutos, começou a me bater uma tristeza, solidão...próxima praia: Ponta da Baleia. Seguimos até onde deu, mas a areia fofa nos impediu, e atolamos. Baita sufoco, areia fofa+calor+isolamento...De repente, pintou um jipe amarelo na estradinha, e o cara ao volante desceu pra me ajudar a empurrar e desatolar o Corsa. Desistimos da Ponta da Baleia e tocamos para Caravelas de novo. Só que a vida reserva surpresas, e a boa desse dia foi a praia de Grauçá: vila de pescadores, boca do rio Caravelas, jeitosa e com um bar/restaurante providencial. Acabamos almoçando ali mesmo, no restaurante Tio Berlindo, atendimento atencioso. E o PF?Por R$8, um prato monstro com três pescadas brancas enormes, arroz, feijão, salada e farofa!Voltamos para o Prado, direto para a praia do Centro. Ficamos ali até o Sol se pôr. Voltei para a pousada, Iara foi comprar algumas coisas. Nesse meio tempo, fiquei conversando com o seu Tito. Foi um papo interessante, onde ele me contou dos seus tempos na terraplanagem de estradas, incluindo a própria BR 101. Histórias macabras, como a do soterramento de 35 operários da divisa do Maranhão, onde o engenheiro-chefe ordenou que se jogasse mais terra por cima, afim de “apagar” as evidências...enfim, histórias da década de 70.Á noite, de novo na Praça de Alimentação, um açaizinho para rebater, e minha noite em Prado chegou ao fim. Essa é uma cidade que me marcou bastante. Volto aqui um dia. Amanhã, Ilhéus (BA).

Dica: Várias...primeiro, Alcobaça é mesmo estranha, mesmo que vc goste dos prédios históricos (e tem vários), vai se encher com a molecada, a mulherada e os velhinhos pedindo dinheiro.Fuja!Caravelas, ao contrário, encanta de cara. Quer ver baleias jubarte?Lá é o lugar. Quer ver mangue intacto?Caravelas...as praias de Caravelas ficam bem distante, e o acesso é bem difícil em alguns momentos. Grauçá é o meio termo, Ponta da Baleia o extremo. Se quiser ir lá, se prepare, e vá com um carro alto. O melhor PF da minha vida foi lá em Grauçá

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