Já tinha ouvido falar bastante na
travessia de São Francisco Xavier (distrito de São José dos
Campos/SP) e Monte Verde (também um distrito, mas da cidade mineira
de Camanducaia) nesses dez anos de trekking que eu completo em 2009, mas
por essas contingências da vida, nunca havia conseguido planejar essa trip
anteriormente. Com dois dias de folga, finalmente tive a oportunidade de seguir
em frente e fazer essa travessia famosa, talvez uma das mais clássicas da
Mantiqueira.
Acordei ás 5h da manhã, a fim de
poder fazer as conexões em SJC o mais cedo possível. A passagem custou $ 17,30
e embarquei no ônibus das 6h15, com sono, mas empolgado com a oportunidade.
Desembarquei ás 7h45 na nova
rodoviária de SJC, com o tempo fechado. Fiquei um pouco apreensivo quanto á possibilidade
de belos visuais. O ônibus para São Francisco Xavier sai da plataforma 16 da
rodoviária; saímos ás 8h em ponto, um ônibus simples da viação Oito Irmãos.
Paguei $4,60. São mais 1h40 de viagem subindo a Serra da Mantiqueira, passando
por Monteiro Lobato (SP), antes de chegar ao ponto inicial da
travessia.
Cheguei a São Francisco Xavier ás
9h36. Fui até uma padaria, um café com leite e um pão na chapa, um papo rápido
com um cara que quis me empurrar um guia, e depois passei no CAT, o centro de
informação turística de São Francisco Xavier. Depois de um papo com a simpática
Ana, peguei um mapa e segui em direção á fazenda Monte Verde, onde de fato
se inicia a trilha para Monte Verde: eram 10h.
Da cidade até o inicio da trilha
tem cerca de cinco km, numa subida dura e sem trégua. O tempo abriu, e o sol
pegou forte; junto com a subida impiedosa, causa no caminhante um desgaste
muito forte. Um ponto de água, junto a uma espécie de altar para Nsa. Sra.
Aparecida. E subida, subida...cheguei na porteira da fazenda Monte Verde por
volta das 11h20, e cruzei com dois caras de SJC (Leonardo e Anderson) que tb
estavam subindo, mas tinham como destino final o mirante (é como a galera da
região chama o Pico da Onça). Como nossos ritmos estavam parecidos, fomos
juntos papeando. Os caras já haviam feito a trilha algumas vezes, e passaram
uns toques legais da região. Gente boa os dois.
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Plaquinha charmosa |
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Começando a subida, até a fazenda Monte Verde, onde de fato começa a trilha |
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A serra ao fundo |
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Depois de uma subida bem penosa, esse é o ponto onde a trilha entra de fato no mato |
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Vista dos morros ao redor da trilha |
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E essa amiguinha despreocupada curtindo o sabadão! |
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Marco da divisa entre os Estados de SP e MG |
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Esse trecho do caminho é chamado carinhosamente de Bosque dos Duendes |
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Bambuzeiro gigantesco no caminho |
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O final da travessia acaba nessa placa: você está em Monte Verde |
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E para quem quiser conhecer mais algumas montanhas na região, é só seguir a placa! |
A subida não pára até chegar a
uma bifurcação, exatamente a que separa a trilha que leva ao mirante (Pico da
Onça...) e a continuidade da trilha até Monte Verde. Até chegar ali, passei por
três pontos de água muito bons. Como eu havia me distanciado dos dois colegas
num determinado momento, e chegado antes na bifurcação, esperei a chegada de
ambos para me despedir, e assim aproveitei para descansar um pouco. Quinze
minutos depois, Leonardo e Anderson chegaram. Me despedi dos dois, e segui para
Monte Verde. Eram 14h07.
A partir da bifurcação, o caminho
aplaina e começa uma descida suave e constante. A trilha está em muitos pontos
tomada pelos bambus que caíram com as recentes chuvas (afinal, é verão). Um
momento interessante é quando se chega ao chamado Bosque dos Duendes, uma
área difícil de descrever; parece mais com umas imagens que vi da Nova
Zelândia. É bem interessante. Árvores que se espalham, o chão coberto de
folhas, os raios de sol que vazam por entre a copa das árvores...paisagem
agradável.
Caminha-se sempre em suave
declive, até chegarmos ao fim da trilha, junto a uma propriedade da Horizontes
América Latina, uma missão católica. Dali tomamos á esquerda e seguimos por uma
estradinha de terra, cheia de belas casas, até as proximidades do centro de
Monte Verde (a rua termina ao lado do banco Bradesco). Seguindo as indicações
do relato de uns colegas montanhistas (Ronald e Rafael), segui para a Vila
Operária, em busca de hospedagem barata. Já bem cansado, entrei na primeira que
eu vi...fiquei na Pousada Dona Ana (Rua da Represa, 215 tel.: 35 3438
1142 / 3438 2007), $70, com lareira. Para ficar um dia, foi uma boa
escolha...além do mais, estava bem feliz e com o objetivo cumprido: a travessia
de S. Francisco Xavier a Monte Verde. A noite caiu, a chuva tb caiu forte, e
depois de provar uma truta muito boa no restaurante Capricho (mais uma
indicação do relato Ronald/Rafael), fui para a pousada dormir um pouco e
descansar para fazer uma caminhada até alguns picos ao redor de Monte Verde.
Infelizmente, o tempo na manhã seguinte não estava muito confiável, então
resolvi voltar para São Paulo. Mas já fazendo planos de voltar e fazer os picos
cercanos a Monte Verde.
Dicas: Se você for e ônibus, planeje-se para chegar o mais cedo
possível a S. Francisco Xavier. Os horários dos ônibus que saem de SJC para SFX
você encontra no site
www.guiamonteverde.com.br .
No que se refere á trilha propriamente, prepare-se para os sete primeiros kms,
que são os mais puxados da trip: você começa a caminhar na cota 730m e chega á
bifurcação na cota 1830m, ou seja, um desnível de 1100m!Acredite, é bem
forte a subida...Água existe em bastante quantidade. Em Monte Verde, procure
pela Vila Operária para conseguir hospedagem mais barata. E programe-se para
conhecer os picos perto de Monte Verde, como a Pedra Partida, Pedra
Redonda e o Chapéu do Bispo.
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